BRASÍLIA — Ex-ministro do Trabalho e Previdência do governo João Goulart e posteriormente cassado pela ditadura, Almino Afonso, aos 87 anos irá presidir a Comissão de Anistia, vinculada ao Ministéro da Justiça. Ele foi nomeado nesta sexta-feira. Além de Afonso, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, nomeou outros 18 novos integrantes, entre os quais o ex-ministro do STF e integrante da Corte de Haia Francisco Rezek, que ocupou o Ministério das Relações Exterior no governo de Fernando Collor.
Almino Afonso foi ministro de Jango e líder de seu governo na Câmara. Foi um dos muitos deputados que tiveram seus mandatos cassados pelo governo militar. No exílio, viveu na Iugoslávia, Uruguai, Chile, Peru e Argentina. De volta ao Brasil, integrou o MDB. Foi vice-governador de São Paulo, na chapa com Orestes Quércia. Nos anos 90, elegeu-se deputado federal pelo PSDB. Estava no PSB.
Afonso irá substituir Paulo Abrão na comissão, que ocupou o posto por nove anos. Sete conselheiros que foram nomeados nos governos Dilma e Lula foram exonerados. Outros seis, ligados aos petistas, como o ex-deputado federal Nilmário Miranda (PT-MG), entregaram o cargo após a consumação do impeachment de Dilma. A conselheira Rita Sipahi, que foi presa com Dilma durante o regime militar, até o momento, permanece na comissão.